São 52 anos de história, cuja última página ainda está por escrever. Porque é a “mãe” de todas as Bajas que está a começar. Chuvas torrenciais, levaram a organização da Baja 1000 a adiar a partida por 24 horas. As 273 equipas estão a postos para partir para os 1288,3 quilómetros desta corrida, disputada “em linha” na península da Baixa California. O controlo de chegada fecha ao fim de 36 horas. E o ano passado, o carro vencedor gastou 16 horas e 24 minutos para completar o percurso. Cameron Steele perdeu a vitória absoluta, para a moto mais rápida, de Justin Morgan, por apenas…36 segundos!
A cidade de Ensenada, no extremo noroeste da península da Baixa California, é pela 45ª vez em 52 anos o cenário para a partida da maior corrida “americana”. Encostada ao oceano Pacífico, contornando a Baia de Todos os Santos, Ensenada dista cerca de uma centena de quilómetros de San Diego e da fronteira com os Estados Unidos da América. Não pode deixar de ser até irónico que a mais famosa corrida de todo terreno norte-americana é, na verdade, uma prova mexicana. Na verdade, é organizada pelos norte-americanos da SCORE, desde 1974, mas sempre decorreu integralmente em território mexicano.
Com um total de 800,5 milhas para cumprir num tempo máximo de 36 horas, a corrida deste ano, que encerra, como tradicionalmente, o campeonato norte-americano de bajas. São 1288,3 quilómetros de um traçado “em linha”, que os 273 concorrentes terão de percorrer em luta com o cronómetro. E se o ano passado a poeira foi uma das maiores dificuldades, desta vez espera-se que a lama se torne no desafio.
Lama será o maior desafio desta edição
Um desafio ainda maior se pensarmos que os protótipos que dominam a corrida são as pick-up’s da classe Trophy Truck, com tracção posterior e 950 cv de potência! Conduzir uma máquinas destas sobre pisos escorregadios como os que se prevêem, é uma tarefa bastante difícil. E mais do que a capacidade de condução, os pilotos vão também depender da sorte.
Na categoria rainha, onde não chegam a contar-se quatro dezenas de equipas, o lote dos favoritos é impressionante. Basta dizer que estão à partida 14 pilotos que em conjunto somam 20 vitórias na Baja 1000. E 16 destes sucessos obtidos pelos homens dos Trophy Trucks foram triunfos absolutos, contando com todas as categorias, de duas e quatro rodas. Curiosamente, entre os “motards”, há nove que repartem 30 vitórias em duas rodas. O campeão dos campeões é Larry Roeseler: venceu por 13 vezes, uma dezenas delas em moto, a que somou um par de vitória em automóvel e um sucesso em “truck”, ou seja, nas pick-ups. Aos 62 anos, Larry Roeseler volta a sentar-se ao volante, desta vez de uma Ford F-150, cuja condução irá partilhar com o jovem Luke McMillin, de 26 anos.
Chuva de estrelas dá mais brilho à Baja 1000
A lista de inscritos da 52ª Baja 1000 está recheada de nomes cheios de notoriedade. Uma das surpresas é até a presença de dois pilotos que fizeram carreira na Fórmula 1: Jenson Button e Alexander Rossi. Cinco vencedores do “Dakar” juntam-se a bordo da Ford F-250 do norte-americano Jesse Jones; são eles o australiano Toby Price e o qatari Nasser Al-Attiyah, que irão ainda enfrentar um adversário que bem conhecem do “Dakar”: Robby Gordon, num Chevrolet Silverado. Um carro idêntico será conduzido por Andy McMillin, que foi o mais jovem piloto a ganhar esta corrida. Andy tem agora 32 anos e representa a terceira geração da sua família a participar na “mãe” de todas as bajas!
Texto: Alexandre Correia Fotos: Art Eugenio/RedBull Content Pool
2 comentários
Claro as condições meteorológicas vão ser adversas…muita lama…muitas dificuldades se avizinham
Esta prova é especialmente. Além de ser uma competição de todo terreno, é também, na verdade, uma longa maratona de condução, pois são 1288 quilómetros para percorrer sem intervalo. O ano passado, o vencedor preciso de 16 horas e 24 minutos para concluir a prova, mas agora, com o piso enlameado, certamente que o tempo final vai ser mais dilatado…