A paz regressou ao “Dakar” na estreia de Ten Brinke

Ten Brinke

O holandês Bernhard Ten Brinke não voltará a esquecer a 11ª etapa deste "Dakar". A sua Toyota foi mais rápida, estreando-se a vencer uma etapa!

A paz regressou ao “Dakar” na estreia de Ten Brinke! Desde a partida que o holandês da Toyota tem ocupado permanentemente um lugar entre os dez mais rápidos, mas até agora nunca tinha vencido uma etapa. Calhou-lhe bater de uma assentada os três Peugeot oficiais na 11ª tirada, de Belén a Chilecito…

Enquanto Bernhard Ten Brinke ganhava, outro holandês perdia. O piloto de quad que acusou Carlos Sainz de condução perigosa foi o autor do “caso” deste “Dakar”. Esta acusação já tinha resultado num penalização de 10 minutos ao espanhol. Mas também um protesto por parte da Peugeot.

E ontem, enquanto a Toyota de Ten Brinke brilhava ao ser a mais rápida, o seu compatriota perdia este jogo. Porque os dados do incidente foram reavaliados e de novo julgados. O Colégio dos Comissários Desportivos, decidiu agora em sentido contrário. É este orgão, independente da A.S.O., o organizador da prova, a quem cabe as decisões do foro desportivo. E desta feita, houve um novo entendimento dos factos, que ilibam Sainz de responsabilidades.

A consequência imediata do novo veredicto do Colégio de Comissários Desportivos foi a retirada da penalização de 10 minutos a Sainz. Mas esta medida chegou numa altura em que o piloto já tinha ultrapassado o stress em que ficara. Porque já não vê mais a sua liderança ameaçada; nem por qualquer adversário, muito menos pela penalização.

A três dias do final deste Rali Dakar, Carlos Sainz dispõe precisamente de uma hora de vantagem. E como leva atrás de si outro Peugeot, o de Peterhansel, não há que temer. E para a marca francesa, o sentimento é que a sétima vitória em oito participações está a chegar. Seja com Sainz, seja com Peterhansel, dificilmente não será um Peugeot 3008 DKR Maxi a vencer.

E convém sublinhar que esta será uma vitória ainda mais merecida que as anteriores. Porque depois das alterações regulamentares que penalizaram os Peugeot, estes acabaram por dominar. Quando não era isso que muitos esperavam. Mesmo Bruno Famin, o director da Peugeot Sport, declarou que os seus carros não eram favoritos. No primeiro dia, a vitória da Toyota de Nasser Al-Attiyah fez acreditar nisso. Tal como o reforçou quando o qatari voltou a vencer na terceira etapa. Mas desde o segundo dia que é um dos Peugeot 3008 que lidera. E todos os quatro pilotos oficiais da marca venceram etapas. E somente um ficou pelo caminho, até agora. Precisamente o único que não chegou a liderar a prova: Sebastien Loeb.

A três dias do final, Carlos Sainz lidera com uma hora de vantagem. E ter atrás de si outro Peugeot só o pode deixar aliviado. Caso confirme o triunfo à chegada a Córdoba, Sainz terá um sucesso totalmente merecido!

Já a uma hora e 24 minutos do comandante, Nasser Al-Attiyah tem mais com que se preocupar. Agora, mais importante que perseguir os Peugeot de Sainz e Peterhansel, tem de destacar-se dos seus companheiros. As Toyota Hilux de Berhard Ten Brinke e de Giniel De Villiers estão logo atrás da de Al-Attiyah. Com diferenças reduzidas: Ten Brinke está a três minutos e um esforço adicional pode fazê-lo subir ao terceiro lugar. Por sua vez, De Villiers tem 12 minutos e meio de atraso relativamente a Ten Brinke. E vale a pena dar tudo por tudo para se adiantar ao holandês.

A luta entre os três pilotos da Toyota surge agora como o principal foco de interesse da corrida dos automóveis. E se bem que não terão, provavelmente, direito a maior compensação que o terceiro lugar, deixam a Toyota em evidencia. Tal como fazem acentuar ainda mais o desastre absoluto da participação da equipa Mini. O único piloto da equipa alemã posicionado entre os 10 melhores é apenas sexto. Este lugar cabe ao polaco Jakub Przygonski, cujo Mini leva meia hora de avanço sobre o único Peugeot 3008 privado. Trata-se de um dos carros do ano passado, entregue a Sheikh Khalid Al-Qassimi.

Com um ambiente bastante mais sereno, nesta quinta-feira cumpre-se a 12ª etapa. Serão dois sectores selectivos no percurso desde Fiambalá a Chilecito e San Juan. Ao todo, os pilotos dos automóveis vão enfrentar 523 quilómetros em contra-relógio. E no programa estão as últimas passagens em areia. Que associadas às elevadas temperaturas, na ordem dos 40 graus, podem trazer as últimas complicações à caravana…

Contra todas as expectativas, Nasser Al-Attiyah tem feito uma corrida muito irregular. Ainda assim, a sua Toyota é o único carro a ter batido por duas vezes os Peugeot e segue no terceiro posto absoluto!

Texto: Alexandre Correia
Fotos: DPPI

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