O novo Suzuki Jimny chega no final deste Verão, volvidos 20 anos sobre o lançamento do modelo actual. E podemos desde já adiantar que não trará grandes surpresas. O novo modelo respeita absolutamente a tradição que, ao longo de quase cinco décadas, tornou o nome Jimny lendário. Isso e num sinónimo de veículo de todo terreno tão compacto em dimensões, como grandioso em capacidades para todo terreno!
Ainda não foram reveladas senão as imagens e alguns dados, muito poucos, sobre a próxima geração do Suzuki Jimny. Mas sabemos que o quarto modelo desta “dinastia” tem limites para respeitar a categoria em que se insere no mercado japonês: não pode ultrapassar os 3,40 metros de comprimento total (medidos sem contar com a roda sobressalente, que é montada no portão traseiro). Só isso é o suficiente para percebermos que a renovação do Jimny respeita absoluta a regra que levou à criação do modelo original, em 1970.
Além das dimensões muito contidas, o novo Jimny retém as mesmas soluções básicas de sempre, começando pelo chassis independente, de travessas de aço soldadas. A suspensão, de eixos rígidos, conta com três braços de guiamento e molas helicoidais. Era o que já sucedia no modelo actual, que foi produzido desde 1998 até Março de 2018.
Com as rodas posicionadas bem nas extremidades da carroçaria, o Jimny assegura excelentes ângulos de desempenho para enfrentar os obstáculos mais difíceis em todo terreno. Embora os valores não tenham sido ainda revelados, basta observar a imagem para não restarem dúvidas em como estamos perante um modelo como já praticamente não há.
E quanto à transmissão, também podemos dizer o mesmo, pois quase não subsistem modelos como o novo Jimny. É um “puro TT”, com transmissão 4×4 e com redutoras! E neste caso, a tracção é inserível, pois roda normalmente com tracção atrás, para reduzir os consumos. Assim, cabe ao condutor escolher um entre três modos de utilização: 4×2, com a tracção posterior, 4×4 com relações de transmissão longas e 4×4 com relações curtas.
Relativamente às motorizações, todas são a gasolina, como é regra deste modelo. No mercado japonês, onde o Jimny será lançado em breve, terá duas opções. A primeira é um três cilindros de 660 cc sobrealimentado por turbocompressor, com uma potência máxima de 64 cv e apenas tracção atrás. A segunda é uma unidade de quatro cilindros em linha com 1,5 litros; fica reservada à variante 4×4 mais equipada e chama-se Jimny Sierra.
O Sierra distingue-se visualmente pelas vias mais largas, com cavas das rodas salientes e a roda sobressalente no portão traseiro, que abre longitudinalmente. Será esta a versão a apostar para o mercado europeu, onde o novo Jimny chegará em Setembro. E para a Europa, tudo indica que o Jimny será proposto com duas opções de motorização diversas. Por um lado, o quatro cilindros de 1,2 litros e 90 cv atmosférico. Por outro, o tricilíndrico de 1,0 litro sobrealimentado por turbo com 111 cv. Estarão disponíveis também duas escolhas de transmissão, com caixa manual de cinco velocidades e caixa automática.
A carroçaria é de três portas e para já não contempla uma versão de tecto de lona, como sucedeu com as gerações anteriores. Sobre o interior, o que podemos ainda dizer é que o luxo continua a não caber no interior do Jimny. O que não significa que o modelo seja desprovido de equipamento. Além do essencial nos nossos dias, desde o sistema de som, de ar condicionado e de vidros eléctricos, não falta a opção por sistema de navegação, com um generoso painel instalado no centro do tablier. A instrumentação está concentrada em dois mostradores redondos e analógicos. A versão mais equipada e inclusive dotada de comandos no volante!
A bordo, como sempre, além do condutor só cabem três passageiros. E nem vale a pena pensarmos em bagageira, porque o espaço que sobra, com a lotação completa, é perfeitamente irrelevante. Todavia, os bancos traseiros, independentes, são rebatíveis separadamente, permitindo, se necessário, conquistar algum espaço para bagagem.
Texto: Todo Terreno
Fotos: D.R.