À quarta prova, finalmente aconteceu o que há muito se esperava. A renovação de vencedores no Campeonato Angolano de Rali Raid foi no Rali dos Libongos. Disputado no último fim de semana, surpreendeu pelo triunfo absoluto de Maló Almeida e João Paulo. A dupla da Isuzu D-Max quebrou o domínio de Ricardo Sequeira, que já somava cinco vitórias consecutivas…
Três minutos e 25 segundos foi a vantagem final dos vencedores do Rali dos Libongos. Para que o veterano Maló Almeida e o seu navegador, João Paulo, vencessem a quarta prova do CARR, não foi só isso que contou. Foi também preciso que o Mitsubishi Pajero Evo de Ricardo Sequeira e Jorge Monteiro conhecesse problemas.
Mais rápido nos 10 quilómetros do prólogo, Sequeira adiantou-se desde logo a Maló Almeida por 34 segundos. O piloto do Mitsubishi Pajero Evo foi, aliás, o único a conseguir cumprir o prólogo em menos de seis minutos. E isso foi desde logo um indicador de que estava determinado em conquistar mais uma vitória. Essa ideia saiu reforçada na primeira das quatro passagens pelo sector selectivo da prova.
Atraso irrecuperável de Ricardo Sequeira
Com 35 quilómetros por um traçado que repetia o percurso do Rali do Dande, os quatro sectores selectivos foram percorridos em sentido contrário. Isso bastou para assinalar a diferença entre as duas provas. E esta foi a solução que viabilizou a quarta prova do CARR, depois da anulação do Rali da Conda, cujas pistas não estavam em condições.
No regresso ao mesmo cenário da província do Bengo, Ricardo Sequeira prosseguiu com o domínio habitual. Venceu o primeiro sector por uma vantagem de um minutos e 11 segundos sobre Maló Almeida. Na segunda passagem, o piloto do Mitsubishi adiantou-se ainda mais ao seu adversário: bateu a Isuzu por dois minutos e 46 segundos.
A vantagem de Ricardo Sequeira já somava quatro minutos e 31 segundos quando o Mitsubishi Pajero Evo arrancou para o terceiro sector. Mas um problema mecânico, logo no início, fez o piloto perder todo o avanço. Nestes 35 quilómetros, coube à Isuzu D-Max de Maló Almeida e João Paulo estabelecer o melhor tempo. E ao ganharem oito minutos e 22 segundos a Sequeira, puderam ascender ao comando com uma margem confortável.
A surpresa do triunfo de Maló Almeida
Resolvidos os problemas do Pajero EVO, Ricardo Sequeira voltou ao ataque no derradeiro sector selectivo. Todavia, desta feita em 35 quilómetros somente conseguiu adiantar-se 36 segundos. E ao ser de novo secundado pela Isuzu de Maló Almeida, não conseguiu impedir a vitória deste; uns expressivos três minutos e 25 segundos garantiram o triunfo que Maló e João Paulo perseguiam!
O terceiro lugar final do Mitsubishi Pajero de Paulo Freire e Armando Silva também foi uma surpresa. Esta dupla começou por ocupar o último posto, no prólogo. No primeiro sector selectivo, Freire e Silva recuperaram um lugar, para no segundo troço voltarem a subir um posto. E daí em diante não mais largaram o terceiro lugar.
A “dança” dos últimos lugares…
Quem começou por ocupar a terceira posição foi Alexandre Lopes. No prólogo, o jovem piloto do Land Rover Defender V8 ficou a apenas sete segundos de Maló Almeida. Mas no primeiro sector selectivo partiu a direcção. Isso implicou que gastasse mais cerca de três quatros de hora que o vencedor do troço. E já não alinhou sequer no segundo sector selectivo…
O abandono de Alexandre Lopes, que correu sem a companhia de navegador, fez com que o quarto posto de Pedro Jesus e Carlos Couto fosse o último lugar. O Mitsubishi Pajero de Jesus e Couto tinha sido realmente o quarto no prólogo, mas subiram ao terceiro lugar no primeiro sector. Contudo, um atraso no segundo troço atrasou-os. E se no terceiro voltaram a ser terceiros, no sector final atrasaram-se novamente…
Volvidas quatro provas, o Campeonato Angolano de Rali Raid entra agora num período de intervalo. As “férias” terminam no início de Setembro. A 7 do nono mês terá lugar no Huambo mais uma jornada; e logo veremos se Ricardo Sequeira regressa às vitórias, ou se teremos mais surpresas?
Texto: Alexandre Correia, com João Coimbra
Fotos: Lela Gonçalves