A estreia de Edgar Condenso a ganhar foi esta sexta-feira, no prólogo da Baja T.T. Dehesa da Extremadura, onde entre os cinco mais rápidos se contaram, além do piloto da Ford Ranger, mais três portugueses. Esta é a prova inaugural do campeonato de Espanha, mas é ainda a segunda etapa da Taça Ibérica de Todo Terreno, o que motivou a deslocação a Badajoz de uma numerosa ‘comitiva’ portuguesa. A avaliar pelos resultados do pequeno troço disputado junto a Badajoz, abrem-se de novo excelentes perspectivas para que se repita o brilharete do ano passado, em que o pódio foi monopolizado pelos nossos pilotos…
Na edição anterior da Baja T.T. Dehesa da Extremadura, Alejandro Martins e José Marques foram os vencedores, depois de uma prova em que somente os portugueses passaram pelo comando. Então, no pódio, a esta dupla juntaram-se os nossos compatriotas Paulo Rui Ferreira/Jorge Monteiro e Alexandre e João Pedro Ré; deste trio, apenas Paulo Rui Ferreira voltou a atravessar a fronteira até Badajoz e colocou-se em quinto no prólogo, a apenas 1,6 segundos dos vencedores.
Agora, a primazia voltou a ser, pelo menos por enquanto, assegurada pelos pilotos portugueses, pois sete dos 11 melhores no prólogo foram nossos compatriotas. Todavia, a maior surpresa, reconhecemos, foi a estreia de Edgar Condenso a ganhar um prólogo! Trata-se de um resultado que o piloto da Ford Ranger ainda não tinha conseguido, mas registou-o com todo o mérito, fruto de um andamento bastante rápido que, literalmente, deixou todos os adversários para trás. Claro que a estreia de Edgar Condenso a ganhar o deixa numa posição ‘delicada’ para enfrentar os 420 quilómetros que ainda terão de ser cumpridos. A incógnita é precisamente esta: até onde o primeiro comandante irá resistir à pressão de abrir uma caravana com mais de seis dezenas de adversários?
A primeira das equipas espanholas conseguiu o segundo lugar, por apenas seis décimos de segundo, relativamente à Ford Ranger de Edgar Condenso e António Maria Pereira: falamos de Félix Macias e José Luís Conde, que competem com uma competitiva Toyota Hilux Overdrive. Também com uma destas Toyota, mas mais antiga e menos competitiva, João Ferreira foi terceiro, com mais dois segundos e meio que os melhores. O jovem piloto de Leiria chegou a Badajoz com João Serôdio ao seu lado, quebrando a dupla que formava desde que se estreou, em 2019, com David Monteiro. E a avaliar pelo resultado, temos de reconhecer que a mudança não o impediu de voltar a surpreender, ao posicionar-se desde logo entre os mais rápidos. Seguramente, estamos perante um piloto que tem passado por uma rápida e consistente aprendizagem que, muito provavelmente, em breve farão dele um dos favoritos aos lugares cimeiros, sempre que alinhar numa prova. Para já, nesta, que bem conhece, pois já venceu o grupo T2 na edição anterior, o início é promissor…
E depois do prólogo, João Ferreira bateu a Toyota Hilux Overdrive do seu pai por 2,2 segundos, adiantando-se ainda à Ford Ranger NWM de Nuno Madeira e Filipe Serra por escassos seis décimos de segundo!
Quatro sectores e 420 quilómetros cronometrados
A prova começou esta sexta-feira, mas depois dos seis quilómetros do prólogo, neste sábado seguem-se mais três sectores selectivos, que se desenrolarão para sul da capital da Extremadura, alongando-se até Villanueva Del Fresno, quase em frente à vila portuguesa de Mourão. Domingo, a prova completa-se durante a manhã, com o derradeiro troço cronometrado. No total, os ‘sobreviventes’ que chegarem ao controlo final, regressando a Badajoz no domingo, terão cumprido um percurso de 426 quilómetros em luta com o cronómetro.
E os portugueses não buscam apenas a vitória absoluta. Procuram marcar pontos na Taça Ibérica de Todo Terreno, de que esta Baja T.T. Dehesa da Extremadura será a segunda das quatro provas. A primeira, recordamos, foi a recente Baja de Loulé. André Amaral, com o terceiro posto na prova algarvia, logo atrás de Luís Recuenco, colocou-se desde já logo numa posição estratégica para discutir este título, quer nenhum destes dois foi feliz no prólogo: a Ford Ranger de André Amaral perdeu 31 segundos para o vencedor, o que o colocou num modesto 31º lugar. Já o espanhol Recuenco, terminou em último, devido a problemas com o motor do Mini Countryman.
Quem também persegue o título ibérico é Fernando Barreiros, ainda que concentrado no grupo T2: venceu em 2019 e é ainda o ‘campeão’ em título, pois no ano passado a FPAK cancelou a Taça Ibérica de Todo Terreno, muito embora, todas as provas tenham sido realizadas. Não houve foi discussão de pontos e títulos, mas essa luta está agora de regresso. E mais acesa do que nunca, com Fernando Barreiros e Sérgio Cerveira, o seu novo navegador nesta temporada, para já colocados em excelente posição, pois levaram a Isuzu D-Max à vitória do grupo T2 no prólogo. Falta o resto da prova…
Texto: Alexandre Correia Fotos: Aifa/Jorge Cunha/A.C.