A meio da Baja T.T. Capital do Vinho de Portugal, ainda está tudo em aberto, tão reduzidas que são as diferenças entre os primeiros classificados. Neste domingo, restam duas passagens por um sector de 62,7 km e a Toyota Hilux de Cristian Baumgart e Alberto Andreotti está na frente. Contudo, esta dupla brasileira conta com apenas 32 segundos de vantagem sobre o Mini JCW Rally de Alejandro Martins e José Marques; por sua vez, os melhores portugueses na prova alentejana têm a Toyota Hilux de Miguel Barbosa e Pedro Velosa a apenas 1 segundo. É bem provável que o vencedor final seja encontrado dentro deste trio que, de resto, repartiu entre si a primeira posição ao longo da primeira etapa, mas a vindima ainda não acabou em Reguengos de Monsaraz!
Nos quilómetros iniciais, coube a Miguel Barbosa e Pedro Velosa posicionarem-se na frente. No primeiro controlo de passagem, instalado praticamente a meio do troço de abertura, a Toyota do recordista de vitórias nesta prova (que Miguel Barbosa já ganhou por nove vezes) dispunha de oito segundos de avanço. Depois desses primeiros 44,1 quilómetros, era a Ford Ranger de Hélder Oliveira e Nelson Ramos que ocupava a segunda posição, com oito segundos de vantagem relativamente à Hilux de Cristian Baumgart e 15 segundos de margem sobre o Mini JCW Rally de Alejandro Martins.
Miguel Barbosa e Alejandro Martins foram primeiros líderes
A segunda fase deste troço fez com que estas posições se invertem por completo: Alejandro Martins e José Marques foram os mais rápidos do sector selectivo, ascendendo ao comando, ao mesmo tempo que Miguel Barbosa e Pedro Velosa desciam ao quarto posto. Hélder Oliveira e Nelson Ramos, por sua vez, trocavam de posições com Cristian Baumgart, baixando ao terceiro lugar, por apenas 1 segundo de diferença.
De registar que neste primeiro sector selectivo Miguel Barbosa perdeu algum tempo devido a uma saída de estrada – na passagem de um caminho de terra para asfalto, a pick-up escorregou demais e tombou de lado numa vala, de onde não foi fácil sair.
Mas verdadeiramente espectacular foi o despiste da Toyota Hilux de João Ramos e Victor Jesus, que capotaram igualmente numa passagem de pisos de terra para asfalto; neste caso, contudo, a ‘Dama Negra’ aterrou com as quatro rodas no chão e João Ramos não perdeu tempo a retomar o percurso. Viria a atrasar-se mais devido a uma roda furada, que obrigou a uma paragem, terminando o primeiro sector selectivo num modesto 12º posto.
Ainda falando em infortúnio, Paulo Rui Ferreira e Jorge Monteiro discutiam o oitavo posto a meio do primeiro sector, quando um parafuso solto na transmissão da Toyota Hilux os obrigou a renunciar – apostando em recuperar a viatura, para retomarem a prova no segundo dia.
O segundo sector selectivo, disputado já a meio da tarde de sábado e concluído pelos últimos concorrentes praticamente de noite, começou com o Mitsubishi Racing Lancer de Tiago Reis e Valter Cardoso na frente. Porém, o esforço foi demais para a transmissão do carro japonês, que cedeu a cerca de 20 quilómetros do final.
E, entretanto, a Toyota Hilux de Cristian Baumgart já se adiantara, vencendo o sector e assumindo o comando da prova, ao bater por 32 segundos o Mini de Alejandro Martins e José Marques.A Toyota Hilux de Miguel Barbosa e Pedro Velosa recuperou até ao terceiro posto, partindo para o segundo dia de prova com um segundo de diferença sobre o adversário anterior e 33 segundos de atraso para o líder.
Quando nem todos os adversários marcam pontos…
Considerando que Cristian Baumgart não marca pontos para o Campeonato de Portugal de Todo Terreno AM|48, mesmo que ganhe a Baja T.T. Capital dos Vinhos de Portugal, do ponto de vista nacional, Martins e Barbosa são os candidatos melhor posicionados a recolher os 25 pontos reservados ao vencedor. E mesmo sem estar na luta pelo campeonato nacional, Hélder Oliveira, que arranca este domingo em quarto, com meio minuto de atraso sobre Miguel Barbosa, parte determinado a recuperar…
Mais atrás, no oitavo posto absoluto, João Ramos e Victor Jesus, têm por missão ultrapassar, em termos de classificação, pelo menos os dois adversários que os antecedem: a Ford Ranger de Pedro Dias da Silva e José Janela, que estão em sétimos, e o BMW EVO X1 de Alexandre e Rui Franco. Se o conseguirem, mesmo que em termos absolutos sejam apenas sextos nesta corrida, irão marcar os pontos correspondentes ao terceiro lugar. E isso será fundamental para se manterem na discussão pelo título de 2020…
Texto: Alexandre Correia Fotos: AIFA/Jorge Cunha/Vasco Morão/A.C.