Ao segundo dia de viagem, com 1200 quilómetros percorridos ao volante do Peugeot 3008, chegámos a Casablanca.
Imortalizada pelo cinema, desde o filme homónimo, realizado em 1942 por Michael Curtis, com Humphrey Bogart e Ingrid Bergman como principais protagonistas, a cidade deve o seu nome aos navegadores portugueses, que ali implantaram uma pequena fortaleza, cujos derradeiros vestígios ainda se encontram junto à muralha da velha medina. Mais tarde, os espanhóis traduziram Casa Branca para Casablanca e assim ficou até hoje.
A capital económica de Marrocos
O grande desenvolvimento daquela que é a capital económica de Marrocos deu-se a partir do início do século passado, com a crescente integração do Protetorado Francês.
Foram, aliás, os franceses que assumiram a construção do porto, que se tornaria no mais importante de toda a África Ocidental. E o comércio foi fortemente impulsionado pelas estruturas portuárias, fazendo crescer uma bela cidade, com largas avenidas e edifícios assinados por arquitetos de renome, dos idos anos 20 e 30 do século passado.
A imagem romântica do filme pôs milhões e milhões de pessoas por todo o mundo a sonhar com Casablanca e, se é verdade que hoje até existe um Rick’s Café, tudo no filme é pura ilusão, sem correspondência com a realidade.
O que não significa que Casablanca não seja uma cidade interessante. Fervilha de vida, ou não passassem por aí grande parte dos negócios firmados no Reino de Marrocos.
Vista do farol
Foi em Casablanca que em 1950 se ergueu o primeiro “arranha-céus” de todo o continente africano, o edifício Liberté, com 78 metros, que então se destacou na paisagem acima do Farol El Hank, erguido entre 1916 e 1920, com 51 metros de altura.
Dominando a ponta de El Hank, a que mais se destaca na costa de Casablanca, o Farol de Casablanca é hoje um símbolo da memória marítima da cidade, que se aprecia como em mais nenhum outro lugar, se subirmos os 254 degraus até ao cimo desta torre cilíndrica, construída em betão.
Tivemos a sorte de conseguir que o faroleiro nos abrisse a porta para esta visita, em que pudemos tranquilamente contemplar a panorâmica da cidade, vendo à esquerda a imponente Mesquita Hassam II, a terceira maior do mundo, depois da de Meca e de Medina, e a que possui o minarete mais alto de todas, com 210 metros, quatro vezes mais do que a altura do farol.
Espreitando em frente, de costas para o Atlântico, do alto do farol a vista perde-se na enorme mancha urbana da cidade que, sem contar com os arredores, já anda perto dos quatro milhões de habitantes.
Um hotel em Casablanca
E para a direita, temos as praias e a Corniche, a estrada costeira; é lá que fica o Pestana Casablanca, o único hotel português da cidade, onde Paulo Garcia, o diretor, nos brindou com um simpático almoço, contra a promessa de nova visita, no regresso desta Expedição Todo Terreno Peugeot 3008 Lisboa-Dakar-Bissau, para lhe podermos contar as histórias da viagem.
Histórias como esta, que aqui vos contamos…