Será já no próximo fim-de-semana a terceira prova do Campeonato Nacional de Todo Terreno e entre os 40 automóveis inscritos, todas as atenções estarão viradas para o actual comandante, Ricardo Porém. Se voltar a ganhar, conseguirá desde já adiantar-se e destacar-se na luta pelo título….
Os pinhais de Proença-a-Nova, da Sertã e de Oleiros vão estar ao rubro na próxima sexta-feira e sábado. Que não haja confusão com as previsões de risco de incêndios florestais que costumam ser difundidas pelas autoridades “competentes” nestes dias de canícula, porque estamos mesmo é a falar da Baja T.T. do Pinhal, a competição organizada pela Escuderia Castelo Branco, que fará o “Nacional” atingir o “ponto intermédio” da temporada. A partir daqui, quem tenha ambições quanto ao campeonato terá de esforçar-se ainda mais para assegurar um resultado compatível com isso, o que tornará a corrida beirã especialmente interessante.
Em termos absolutos, recordamos que a primeira prova foi ganha pela Toyota Hilux da dupla João Ramos e Victor Jesus, secundados por Ricardo Porém, então acompanhado por Luís Marques, que na segunda prova, em Reguengos de Monsaraz, levou a Ford Ranger da equipa South Racing a exercer o domínio absoluto. No Alentejo, Porém, que correu tendo como navegador Hugo Magalhães, perdeu a oposição do seu mais directo adversário quase que à partida, pois a Toyota de Ramos capotou no início do prólogo e não pôde prosseguir, como que deixando o caminho aberto ao jovem piloto de Leiria, que com o triunfo e o resultado nulo do vencedor da prova inaugural, somou 50 pontos que o colocaram imediatamente no comando do campeonato, com 13 pontos de vantagem sobre a dupla Pedro Ferreira e Valter Cardoso.
A Volkswagen Amarok destes dois já obteve por duas vezes o terceiro lugar e é graças a essa regularidade, conseguida à custa de um andamento rápido, está claro, que se posicionam no segundo lugar do campeonato, mas se é verdade que não há certezas no desporto automóvel, também não é menos certo que no contexto de “ambiente quente”, não será este carro o maior favorito à vitória, pois este papel é repartido entre a Ford de Ricardo Porém, que volta a ter Luís Marques como navegador, e a Toyota de João Ramos, que precisa mesmo de vencer para recuperar o atraso pontual provocado pelo abandono na prova anterior.
E não nos parece que arriscamos muito se dissermos que a equipa que tem mais hipóteses de se intrometer neste duelo que se adivinha entre Porém e Ramos é a dupla Alejandro Martins e José Manuel Marques; com uma Toyota Hilux igualmente bastante competitiva, estes dois foram os que andaram mais próximos da Ford de Ricardo Porém, em Reguengos de Monsaraz, e muito embora tenham desistido fora da pista, ficou claro que têm vindo a aumentar cada vez mais o ritmo de andamento e que estão a postos para discutir os lugares da frente com os favoritos!
Observando as outras categorias dos automóveis, perspectiva-se uma prova mais tranquila para a Isuzu, pois domina o grupo T2 com Rui Sousa/Carlos Silva, que somam duas vitórias consecutivas com a nova D-Max que prepararam para a equipa oficial desta marca em Portugal. Os segundo classificados em T2 são César e Filipe Sequeira, com oito pontos de diferença, que competem igualmente numa Isuzu D-Max… Já no Grupo T8, para os automóveis que perderam a homologação corrente, a liderança está bem mais acesa, com somente dois pontos a separar Georgino Pedroso/António Rodrigues, que tripulam um Nissan Terrano II, de Hugo Raposo/João Santos, que dispõem de um Nissan Pathfinder.
Finalmente, no Desafio Total Mazda, que na Baja T.T. do Pinhal terá a segunda prova, entre as oito equipas inscritas, Pedro Dias da Silva e José Janela têm a responsabilidade de defender a vitória em Reguengos de Monsaraz, para conseguirem destacar-se de Bruno Oliveira e Paulo Marques, que no Alentejo ficaram no segundo lugar.
Adiante-se que a corrida da Escuderia Castelo Branco arranca em Proença-a-Nova na tarde desta sexta-feira, com duas passagens por um prólogo de cerca de 9,5 quilómetros, traçado junto ao Aeródromo das Moitas. Sábado, a prova prossegue com dois sectores selectivos: o primeiro tem 190 quilómetros, com início e final na Sertã, e o segundo parte de Proença-a-Nova e conclui-se, 136 quilómetros mais adiante, na Sertã!
Texto: Alexandre Correia
Fotos: DR