Estreia absoluta no todo terreno nacional, a Baja Oeste de Portugal trouxe novos cenários para as corridas do CPTT AM|48. João Ramos e Filipe Palmeiro foram os grandes protagonistas, ao exercerem um domínio impressionante, que os levou a ganhar pela primeira vez nesta temporada. E ganharam de uma forma plena de mérito, em que jogaram inteligentemente com a sua vantagem e o avanço dos adversários mais directos, como Alejandro Martins e José Marques, para não correrem riscos desnecessários que pusesse em risco mais uma vitória da Toyota Hilux negra, a ‘Dama Negra’. Quem também não quis arriscar além da conta, depois de um forte susto no prólogo, foi a dupla Tiago Reis e Valter Cardoso, para quem o terceiro posto final foi suficiente para assegurarem antecipadamente o título de Campeões de Portugal absolutos 2021. Mas deixamos a prova reservada aos concorrentes do CPTT AM|48 para uma nova reportagem e por agora centramo-nos em falar daqueles de quem ninguém costuma falar: os heróis do Oeste foram os concorrentes da Taça de Portugal AM|48, que estão longe de ser os últimos; apenas passam em último!
A Taça de Portugal mobilizou apenas um quarteto para a Baja Oeste de Portugal, que mais pareceu um ‘Troféu Nissan Clássico’: todas as equipas dispunham de modelos da Nissan, contando-se três Pick-up e um Patrol, que também se assemelhava a uma pick-up, ou não fosse aberto atrás? Das quatro equipas destes ‘heróis do Oeste’, destacaram-se claramente duas, que travaram um duelo acesso pela primazia. Mas quem começou na frente, foi também quem chegou em primeiro lugar ao final da prova: Cesário Santos e Alexandre Gomes venceram o prólogo e arrancaram na dianteira para a primeira etapa, mas à chegada a Torres Vedras a Nissan Pick-Up D21 destes tinha descido ao segundo lugar, por troca com a de Micael Cassiamo e Rodrigo Fernandes. Todavia, a vantagem dos segundos líderes era ainda frágil, de apenas nove segundos, que não bastaram para deter o ataque de Cesário Santos, que logo a meio da segunda etapa já se tinha adiantado por 49 segundos de vantagem, acabando por sair vitorioso por um minuto e 10 segundos.
Graças à vitória na Baja Oeste de Portugal, assim como no prólogo e no segundo sector selectivo, Cesário Santos somou mais 29 pontos, que lhe permitem reforçar significativamente a liderança da Taça de Portugal, embora os 91 pontos que contabiliza não bastem para ser desde já declarado vencedor. Por seu turno, com este segundo lugar consecutivo, Micael Cassiano acrescentou 21 pontos e reforçou a terceira posição, podendo ainda ambicionar ao segundo posto da Taça de Portugal, mas não ao triunfo, pois neste caso a luta agora é apenas entre Cesário Santos e José Maia, que foi terceiro na Baja Oeste de Portugal e está a apenas 22 pontos do comandante, quando estão ainda em jogo, na última prova, um máximo de 30 pontos.
A Nissan Pick-up de José Maia e António Dias monopolizou o terceiro lugar de princípio a fim, sempre à frente do Nissan Patrol de Paulo Matos e Olívia Domingos. Este casal esteve sempre na quarta posição, a fechar a caravana da prova organizada pela Escuderia Castelo Branco, que contou com à partida com 33 automóveis, dos quais somente 21 conseguiram terminar classificados e foram os heróis do Oeste de que falamos. Curiosamente, nenhuma das equipas da Taça de Portugal ficou pelo caminho. E se compararmos o andamento dos concorrentes da Taça de Portugal com os do Campeonato de Portugal de Todo Terreno AM|48 nas secções dos dois sectores selectivos em que coincidiram, nenhum do quarteto da ‘taça’ teria ficado em último a nível absoluto. Aliás, Cesário Santos foi o 12º mais rápido absoluto até ao segundo controlo de passagem do último sector selectivo, depois de no prólogo ter obtido um tempo que o colocaria em 20º entre as 29 equipas do CPTT, enquanto Paulo Matos teria sido o 27º…
Na Baja do Oeste os últimos não o foram de todo. Foram os heróis…
E como as corridas não se fazem só com os vencedores, não nos esquecemos nunca que além das equipas que animam a discussão dos lugares cimeiros, há muitos outros, sem os quais os resultados dos primeiros não teriam a mesma relevância. E se pensarmos que terminar já é para muitos uma vitória, aqui deixamos bem expresso que a última posição absoluta na Baja Oeste de Portugal, ao nível do CPTT, coube a João Franco e Pedro Inácio; os campeões em título do grupo T2, que mesmo sendo os últimos, até voaram, literalmente, para conseguirem chegar a Torres Vedras, como documenta a imagem abaixo; eles foram também dois destes heróis do Oeste…
Texto: Alexandre Correia Fotos: AIFA/Jorge Cunha/Rui Reis/Vasco Mourão/A.C.