A expectativa durou algum tempo. Mas quem esperou pelo serão de ontem, para assistir ao lançamento público do novo Mercedes-Benz Classe-G, não saiu defraudado. Numa sessão exclusiva para a imprensa internacional, em Detroit, foi reafirmado que num modelo que é referência, a única coisa a fazer é melhorá-lo. E foi apenas isso que os engenheiros e desenhadores da marca alemã fizeram. Tornaram o novo G ainda melhor que o original!
O Classe-G foi o modelo com maior longevidade na gama da Mercedes-Benz: desde que foi introduzido, em Junho de 1979, até agora, quando chegou ao fim a produção, manteve as suas linhas e dimensões inalteráveis. Apenas foi sendo sucessivamente actualizado, num processo que se tornou ainda mais evidente nos últimos anos, quando a evolução começou a ser anual. Foram fabricadas mais de 300.000 unidades em quase 39 anos. Mas chegou, finalmente, o momento da passagem do testemunho.
“O novo Classe-G está colocar a fasquia ainda mais alta, em todos os aspectos relevantes, seja no que diz respeito ao desempenho na estrada, como fora dela, quer ainda ao nível do conforto e da tecnologia. O herdeiro do nosso modelo com maior longevidade tem tudo para continuar a sua história de sucesso. Em resumo, o novo ‘G’ ainda é um ‘G’, apenas melhor”. Em poucas palavras, Ola Källenius, membro do Conselho de Administração da Daimler AG responsável pela Pesquisa em Grupo e Mercedes-Benz Cars Development, dificilmente teria conseguido traduzir melhor a essência do novo Classe-G, apresentado na noite deste último domingo em Detroit, numa grande festa reservada à imprensa internacional, que hoje vai assistir nesta cidade, outrora celebrizada como a “Capital do Automóvel”, à inauguração do North American International Auto Show.
Mais longo, apenas 53 mm, mas também mais largo, uns expressivos 121 mm, o novo Classe-G mantém não só as linhas inconfundíveis deste modelo, como preservou toda a sua essência. Considerado um dos melhores veículos de todo terreno alguma vez produzidos em série, o Classe-G promete ir ainda mais longe com a nova geração, que chegará ao mercado no mês de Junho.
Mantendo o tradicional chassis independente, de longarinas e travessas de aço soldadas, o novo Classe-G distingue-se por receber uma nova suspensão dianteira independente. Atrás, todavia, é mantido o eixo rígido de sempre, embora evoluído, com quatro braços de guiamento e uma barra Panhard, que contribuem para optimizar o comportamento em estrada e, simultaneamente, assegurar, como sempre, um desempenho excepcional fora da estrada.
Quando se estrear no mercado, no início deste Verão, o novo Classe-G será apenas proposto com motor V8 biturbo de 4,0 litros, a gasolina. Esta unidade anuncia um consumo médio de 11,1 litros de gasolina aos 100 km e uma média de emissões de CO2 na ordem dos 263 g/km. Potente, desenvolve um máximo de 422 cv e 610 Nm de binário máximo, que é atingido logo às 2000 rpm e que se mantém constante até ás 4750 rpm.
O motor do G500 está acoplado a uma caixa automática de 9 velocidades, com caixa de transferências com relações longas e curtas. Além das redutoras, o novo Classe-G conta com três diferenciais bloqueáveis a 100 por cento, assegurando assim uma elevada capacidade de tracção, como é necessário para progredir nos terrenos mais difíceis. Além disso, recordamos, o novo Classe-G melhora os ângulos de desempenho e aumenta a distância mínima ao solo e a capacidade de circular em planos de água. Como disse ontem Ola Källenius, o novo Classe-G é apenas melhor!
Isso mesmo sublinhou o chefe do Grupo de Produtos Off-Road em Mercedes-Benz, que nos conta que trabalhar no desenvolvimento do novo Classe-G “foi extremamente desafiante para todos os elementos da nossa equipa”. Segundo Gunnar Güthenke, “melhorar um ícone como o Classe-G em termos tecnológicos foi um desafio e uma oportunidade ao mesmo tempo. Cada parte e cada parafuso foram submetidos a um minucioso escrutínio. Um dos maiores desafios de todos foi o trabalho desenvolvido ao nível do chassis e da carroçaria. O objectivo principal foi aumentar a rigidez do veículo e as ligações entre a suspensão e o motor e transmissão com o chassis tipo escada” – a solução original de 1979, que foi preservada, mas com uma evolução tal que a rigidez estrutural é cerca de 55% superior!
A seis meses do lançamento comercial, para já podemos apenas adiantar que o preço do novo G500 na Alemanha arranca em cerca de 107.000 euros. Considerando o nosso sistema de impostos, não andaremos longe da verdade se adiantarmos que em Portugal o preço poderá ser um valor próximo do dobro daquele que está anunciado para o mercado germânico.
Texto: Alexandre Correia
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