Ainda não será desta que o projecto da Volta a África alcança o destino: Luanda. E a partir da capital angolana, a Missão Católica de São José do Gungo, num lugar remoto da província do Kwanza-Sul. Criada em 2006 pelo Grupo Missionário Ondjoyetu, da Diocese de Leiria-Fátima, esta missão desenvolve um trabalho notável. E a expedição procura captar doações para dotar a missão de meios e equipamentos que, uma vez instalados, farão toda a diferença. Victor Moniz, o líder do projecto da Volta a África, viu a terceira tentativa gorada. Não desiste e promete que a viagem há-de ser retomada. Mas, para já, o UMM Alter parou em Lagos, na Nigéria. É um Stop para a Volta a África!
O plano de Victor Moniz, no sentido de através desta expedição atrair benfeitores para a Missão do Gungo, é ambicioso. Não descansa, por exemplo, enquanto não reunir verba para oferecer um tractor agrícola a esta comunidade, nos confins de Angola. O Gungo está perdido nas montanhas, no interior da província do Kwanza-Sul. Dispersa por uma área de 2.100 quilómetros quadrados, a comuna compreende cerca de 80 aldeias, habitadas por 33.900 pessoas. A população, profundamente carenciada, vive da agricultura de subsistência. E o extremo isolamento torna as condições de vida ainda mais difíceis. Melhorar essas condições foi o desafio que em 2006 levou a Diocese de Leiria-Fátima a instalar esta missão, na sequência de um protocolo com a Diocese do Sumbe, capital do Kwanza-Sul.
Uma “Missão” para cumprir…
O Padre David Nogueira Ferreira é o superior da Missão do Gungo. Numa breve conversa, contou à Todo Terreno que os projectos para apoio a esta comunidade são “imensos!” E recordou os que já estão implementados. Por exemplo, em 2012 instalaram uma moagem e hoje já dispõem de uma segunda. Tal como contam com uma enfermeira que suporta um posto de primeiros socorros, assegurando as evacuações sanitárias, sempre que necessário, com o jipe da Missão. Um Toyota Land Cruiser, “que para vencer os cerca de 70 quilómetros até à estrada principal necessita de sete horas de condução”. Porque o caminho desde a estrada Sumbe-Lobito “sempre através da montanha, é extremamente duro”. Aliás, a descrição que o Padre David nos fez deixou-nos a imaginar uma etapa do Camel Trophy…
Além do Toyota, “a Missão do Gungo dispõe ainda de um pequeno camião”. Trata-se de um Mercedes-Benz Unimog, um dos poucos veículos com capacidade de carga que é capaz de aceder aos planaltos do Gungo. Este Unimog é fundamental, por exemplo, para escoar os produtos agrícolas desta comunidade, mas também para ir buscar água a uma nascente.
Entre os diversos projectos prioritários para a Missão, destacamos a instalação de rede de água canalizada, a partir de uma nascente próxima. Isso permitirá, nomeadamente, criar um chafariz público, facilitando o acesso a água, fundamental para as populações. À medida que o Padre David nos foi contando as histórias e objectivos da Missão do Gungo, mais nos despertou a curiosidade para uma visita. Mas, sobretudo, para que, através do projecto da Volta a África, de Victor Moniz, possamos contribuir para esta causa. Estamos mesmo empenhados nisso!
Viagem será retomada para recolher fundos!
De acordo com as informações que dispomos, o UMM Alter vai regressar da Nigéria a Portugal. Mas trata-se apenas de um Stop para a Volta a África! viagem será retomada, provavelmente a partir de Luanda, para que os objectivos do projecto da Volta a África se cumpram: captar receitas para ajudar a Missão do Gungo, do Grupo Missionário Ondjoyetu, palavra que em umbundo significa “a nossa casa”. E pela nossa parte, a revista Todo Terreno mantém o compromisso firme de tudo fazer no sentido de contribuir para esta causa!
Texto: Alexandre Correia Fotos: Hélio Rodrigues
3 comentários
Caro Victor,
Em 2012 numa viagem relâmpago a Sumbe cruzei-me com missionários desta Missão na cidade e “percebi” a aventura diária deles . A resiliência e tenacidade destas pessoas é de enaltecer.
Não sei como posso contribuir , mas fica aqui desde já essa disponibilidade.
Caro Victor, claro que a expedição há-de prosseguir. Como dizemos nesta pequena história, foi só uma paragem. E estamos certos que o projecto acabará por atingir os seus objectivos e que isso resultará num importante apoio à Missão Gungo.
Havemos de recomeçar brevemente
Um muito obrigado Alexandre pelo apoio prestado a missão precisa